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Um brinde à harmonia da casa!

Eu não tenho falado sobre Thomaz Bellucci nos últimos posts porque estava esperando a sua temporada acabar (ainda faltam o challenger de São Paulo e o Masters 1000 de Paris). Mas, diante da entrevista polêmica que o tenista deu nessa semana e a resposta duríssima dos citados por ele, decidir adiantar um pouco as coisas. O texto continua sendo um panorama do 2010 de Bellucci, mas com uma conclusão diferente.

Resumo do bafão: numa coletiva nesta semana, Bellucci afirmou que os técnicos brasileiros não têm um bom nível, que tenistas top 30 são obrigados a buscar orientação no exterior e que os ex-jogadores deveriam fazer mais para desenvolver o esporte no país. Nomes como Carlos Alberto Kirmayr, Fernando Roese, Paulo Cleto e Fernando Meligeni reagiram com veemência, dizendo que o número 1 do Brasil deveria ser mais grato e reconhecer o que eles fazem pelo tênis nacional.

Há um ano, eu fui ao Clube Harmonia lá nos Jardins (lá porque eu moro muito longe dessa região) ver Thomaz Bellucci jogar. Era a final do challenger de São Paulo, o mesmo que ele disputará agora, contra o equatoriano Nicolas Lapentti. Tomei um sol desgraçado e fiquei com uma marca de sol no braço que durou QUATRO meses.

Decidi vê-lo pessoalmente, ao invés de na Sportv, porque tinha absoluta certeza de que Bellucci dificilmente voltaria a jogar em São Paulo. Ele venceu a partida jogando bem, “vingou” a derrota que sofreu para Lapentti na Copa Davis e terminou o ano como 36º do mundo. Quando saí do clube, dei uma última olhadinha para Bellucci, de despedida (sim, sou patética, ignore).

O primeiro semestre de 2010 provava que eu estava certa. Bellucci entrou no top 30, ganhou seu terceiro título de ATP da carreira em Santiago, fez campanhas muito boas nos Masters de Miami e Roma e no 500 de Barcelona. Então, superou todas as expectativas chegando às oitavas de final em Roland Garros e jogando bem contra Rafael Nadal. Antes havia passado pelos experientes e talentosos Ivan Ljubicic e Michel Llodra.

Em Wimbledon, parou na terceira rodada contra Soderling. Normal. E então veio o momento da queda. No ATP 500 de Hamburgo, os grandes favoritos caíram antes das quartas de final, e o único que parecia ser capaz de tirar o título do brasileiro era o baleado Juan Carlos Ferrero. Porém, Bellucci perdeu um jogo duríssimo contra Andreas Seppi e começou a má fase.

Em Gstaad (onde defendia título), Masters de Toronto e New Havem, Bellucci perdeu na estreia. No US Open, aquela partida dramática contra Kevin Anderson, que mobilizou até quem não acompanha tênis e terminou num melancólico tiebreak de quinto set. Daí… veio a Copa Davis, o desastre, o abandono.

Bellucci não se tornou um monstro por ter desistido daquela partida. Talvez tenha demonstrado que não pode ser ainda o cara com que o Brasil pode contar. Mas as duras críticas que ele recebeu, principalmente de Fernando Meligeni, claramente tiveram um impacto na cabeça de Bellucci. Foi ele que sentiu a “ingratidão” de ir até a Índia depois de meses jogando contra os melhores, nos torneios mais duros, lutar até quase desmaiar e ainda ter taxado de amarelão.

E como o canhoto sempre esteve longe e suas entrevistas geralmente são mediadas por sua assessoria, nunca se soube (até essa semana) o que realmente Bellucci pensava sobre sua temporada e sua queda de rendimento. Mas é claro que ele leu tudo, estava muito atento, mas quieto.

De volta à estaca zero do challenger de São Paulo, onde assisti ao seu jogo no ano passado, Bellucci demonstrou na coletiva, apesar de ter se expressado muito mal, que se sente totalmente sozinho. Os ex-jogadores não demonstram publicamente que o apoiam, tampouco os críticos.

Pois é. Agora que Bellucci não terá apoio MESMO, com exceção da empresa que o gerencia. Em 2011, cada deslize seu será ainda mais criticado. Não é fácil ser um top 30, ainda mais no Brasil. O tênis nacional é composto por uma comunidade pequena (em relação a outros esportes), mas cheia de rixas, mal-entendidos, inveja e rusgas. O episódio Bellucci é só mais uma demonstração de como as pessoas que comandam esse esporte por aqui estão desunidas. Acho que dessa vez não verei o Bellucci jogar lá no Harmonia. Aproveitando a ocasião, um brinde à harmonia da casa!

Comece com o pé esquerdo

A pessoa entra na sala de aula e observa atentamente as carteiras. Olha fixamente para uma, abre um sorriso e se senta. Pega o papel, entorta a mão de um jeito bizarro e começa a escrever. Sim, você está diante de um canhoto. Seres como esta blogueira, cujo cérebro funciona ao contrário. Se isso faz muita diferença na hora de tocar instrumentos, abrir uma porta e espremer limão, imagine num esporte individual como o tênis!

Além de não ser muito comum, pois “atinge” apenas 10% da população, o “canhotismo” era visto como uma doença há alguns anos. Você deve conhecer alguém que teve a mão esquerda amarrada quando criança, entre outras baboseiras. Felizmente para nós, tempos passados.

Hoje, o líder da ATP é um canhoto (não exatamente, depois explico), o Nadal, vocês sabem. Federer tem uma certa dificuldade para enfrentá-lo muito por conta disso, chegando até a treinar com tenistas de mão esquerda no ano passado. Porém, FOMOS SURPREENDIDOS NOVAMENTE, porque… o espanhol não é um legítimo “zurdo”. Ele assina seus autógrafos com a mão DIREITA! Mas foi treinado desde pequeno pelo tio Tony para jogar dessa forma. Até a Nike tirou sarro com ele por isso:

Jogando ao contrário

O canhoto McEnroe bate sua bolinha até hoje

A principal diferença que os destros enfrentam ao encarar um canhoto é na estratégia. Quando você está numa posição delicada no ponto, geralmente ataca o backhand do adversário, para a bola dele voltar mais lenta e menos precisa. É preciso então alterar aquele rapidíssimo reflexo na hora de fazer isso contra alguém de mão esquerda e alterar a direção da bola. Parece idiota, mas é complicado.

Outra diferença é na hora de sacar. Quando o game está em 40-40, ou seja, o sacador está pressionado, o canhoto tem mais facilidade para fazer um saque bem aberto. O destro, quando serve nesse momento, tem que se curvar todo para acertar uma bola dessa.

Bom, agora paremos de lenga-lenga e vamos ao que você realmente quer saber: quem são os tenistas canhotos? Jogando atualmente, além do Nadal, temos Fernando Verdasco, Jurgen Melzer, Michel Llodra, Feliciano López, Thomaz Bellucci… (pitacos sobre ele mais tarde). Entre os clássicos, Joe McEnroe, Monica Selles, Guillermo Vilas, Martina Navratilova, Thomas Muster e dois brasileiros notáveis, Thomaz Koch e Fernando Meligeni.

O nosso canhoto


Thomaz Bellucci está numa fase de transição em sua (muito bem sucedida) carreira. Ele não é mais um desconhecido no circuito. Já enfrentou a maioria dos tenistas de ponta, e eles não se esquecem que ele é canhoto, tem ótimo saque, está aprendendo a variar os golpes, movimenta-se mal e perde a concentração quando está abaixo no placar.

Portanto, não se trata mais de um franco-atirador. Bellucci entra em quadra como favorito em muitas partidas e deve aprender a lidar com adversários que não têm nada a perder.

No ATP 500 de Hamburgo, que aconteceu nessa semana, ele era cabeça-de-chave 7 e viu os outros favoritos caírem antes dele, ou seja, o caminho estava livre. O que acontece? Ele sofre contra o inofensivo italiano Andréas Seppi e não consegue impor seu jogo e amedrontar o adversário.

Bellucci começa a próxima semana como 21º do mundo e defende, pela primeira vez, um título importante em Gstaad. Tem sorte de morar num país em que (quase) ninguém liga para tênis e não está fazendo pressão. Portanto, que ele relaxe e comece o torneio com o pé… esquerdo mesmo.

Roland Garros – primeira semana

Você, que tem uma vida e não quis ficar horas em frente à TV acompanhando marmanjos-empurrando-bolinhas-com-raquetes-em-cima-de-um-piso-de-terra, seus problemas acabaram!

Sheila Vieira O Entertennis está aqui para dizer o que de melhor (e pior – leia-se camisola da Venus) rolou lá na França nessa primeira semana de Roland Garros.

Rafa x Thomaz

Sim, o nosso ‘number one’ brazuca alcançou o seu melhor resultado em Grand Slams: as oitavas de final. Venceu tenistas experientes como Llodra e Ljubicic, fez um jogo ruim contra o Andujar (espanhol avulso) e enfrenta o favoritíssimo Rafael Nadal amanhã.

Thomaz já sabe o que isso significa. Em 2008, após furar o qualifying, estreou contra o tetracampeão e tomou um 3×0. Desde então, o espanhol faturou Wimbledon, Austrália, sentiu dor no joelho e deu uns pegas na Shakira. Enquanto isso, o paulista subiu mais de 40 posições no ranking e venceu dois torneios ATP. Não precisou passar pelo quali: entrou diretamente como cabeça-de-chave.

Portanto, seria um erro Bellucci entrar em quadra achando que já cumpriu seu dever e jogar como franc0-atirador. Não. Ele pode sim chegar em seu técnico e traçar uma estratégia para derrotar o ‘cara’. Gulbis jamais teria vencido Federer se não tivesse acreditado nisso e encarado o suíço como um adversário normal. Bellucci saca melhor que Nadal, por exemplo, e pode fazer desse golpe um caminho. Existem vários caminhos, mas o que eu não gostaria de ver é um brasileiro de cabeça baixa amanhã. Dá-lhe Thomaz!

Outros jogos

Federer e Nadal vieram bem até aqui, sem perder sets. Estou sentindo o suíço mais confiante, talvez porque chega a semifinais seguidas desde 2004, enquanto Rafa tem o fantasma das oitavas de 2009 para afastar. Justine Henin venceu Maria Sharapova por 2-1 e vai confirmando o favoritismo que banquei aqui semana passada. Venus caiu neste domingo, mas deixou em nossa memória sua camisola (#oremos). Os franceses não estão dando muitas alegrias à torcida local. Tsonga, Llodra, Gasquet e Monfils já puxaram a carroça. Enquanto isso, ninguém presta atenção no Djokovic… Prestamos em Roddick, que jogou na quadra central e mostrou que ele e o saibro ainda precisam de mais DRs para se acertarem.

Estrutura, oi?

Chuva atrapalhando jogos. Bom, isso é mais comum em tênis do que papel higiênico na Libertadores, mas os outros torneios já mexeram os pauzinhos para não ficarem na situação precária do complexo parisiense. Que custa colocar uma cobertura na quadra central? Ok, custa muito. Mas garanto que a verba de Roland Garros não é dinheiro de pão também. Pior ainda é a insistência em fazer jogos apenas com luz natural. A partida entre Monfils e o italiano Fognini aconteceu até as 22h, esperando o quinto set ficar empatado. Até a imagem de TV (que aumenta artificialmente a claridade) estava escuríssima. As luzes das cabines de imprensa iluminavam a quadra. Como diria Boris Casoy, isso-é-uma-vergonha.

WINNER DA SEMANA: vai para um escocês e uma russa. Andy Murray, com sua falta de tato com o solo, fez lindas partidas essa semana. O moleque é bom demais! Não o suficiente para levar um Slam de saibro, no entanto. Em Wimbledon, a pressão mais atrapalha do que ajuda. Se tivesse dinheiro, apostaria que Andy vencerá seu primeiro Major nos EUA ou na Austrália. ELE ESTÁ JOGANDO EXATAMENTE AGORA E PODE ESTAR ELIMINADO ENQUANTO VOCÊ LÊ ESSE POST. Infelizmente, meus poderes adivinhatórios estão fracos ultimamente.

Também para outra que tem o complexo de nunca-ganhei-Grand-Slam: Elena Dementieva. Felizmente, sua beleza não subiu à cabeça (ouviram sérvias?), e Lena tem mostrado um tênis muito consistente.

Atualização às 16h55: Murray foi eliminado por Berdych. Estou em má fase.

DUPLA FALTA DA SEMANA

Acostumada a dar vexames em Grand Slams, nossa querida russa Dinara Safina parecia estar com sorte dessa vez. Enfrentaria, na primeira rodada, uma tenista japonesa (nada contra a cultura nipônica, mas o Japão não tem muita tradição nesse esporte) de 39 anos (não me pergunte como ela conseguiu lugar na chave).

Após vencer o primeiro set, Dinara entrou em sua viagem pela ilha de Lost e ficou presa na ‘realidade paralela’. Perdeu o segundo, vencia o terceiro por 4-1, mas deixou a adversária virar. Detalhe: a japonesa estava com cãibras, enfaixou a perna e mal conseguia se mexer em quadra. Pois bem, Safina deu adeus a Roland Garros. Sua algoz foi eliminada logo depois, na segunda rodada. O nome dela? KIMIKO. Piada pronta. Seria cômico, se não fosse trágico.

Formas de detectar Nadaletes e Federetes!

Nadaletes: “Colocaram o suíço pra jogar na quadra Suzanne? Que falta de prestígio…”

Federetes: “Colocaram o mino da Shakira pra jogar na quadra Suzanne? Que falta de prestígio…”

Andddddddddd! Last, but not least, compensando a falta de fotos deste post. Novak Djokovic é Shakira Mebarak. Clássico.


Bolinhas no Cepe

Previously on “Entertennis Weekly”: a vitória de Nadal em Monte Carlo e a pressão em Bellucci. No episódio de hoje, algumas/muitas impressões sobre o tênis na USP, pitacos de Barcelona e os updates de nossos dois reis.

Raquetes no campus

Esse domingo foi um dia de final em Barcelona, mas também no Centro de Práticas Esportivas da USP (nosso amado Cepe). Enquanto eu publico esse post, acontecem as finais feminina e masculina da Copa Itaú de Tênis Universitário (etapa de SP). A competição reúne atletas de várias universidades brasileiras e conta com outras seletivas no Rio e em Porto Alegre. Aqui em Sampa, Eric Gomes e Carla Tiene são os favoritos ao título. Quer saber mais? Então clique aqui.

O favorito Eric Gomes jogando no Cepe

Além do torneio, houve uma palestra sobre prevenção de lesões e uma clínica gratuita e livre de tênis nesse sábado (a.k.a. ontem). Agora você me pergunta: Sheila, você, que adora pagar de entendida de tênis e estudante da USP, vai me dizer que não está lá cobrindo o evento, e prefere ficar em casa vendo futebol? Bom, infelizmente (ou não), eu não tive muito tempo essa semana. Mas mesmo assim assumo minha culpa (lágrimas…).

Para remediar a situação, eu digo a você que já fiz uma matéria sobre tênis na USP, para o Jornal do Campus. O texto tentava explicar explicava como funciona o ranking dos tenistas da Cidade Universitária. Sim, nós temos um ranking, que meigo!

Bruno, Yuri e Murilo: os novos tenistas

Pode ser apenas uma impressão distorcida de fã, mas eu tenho visto nesses dois anos e meio de USP uma verdadeira explosão da prática desse esporte na Universidade. No Cepe, nas ruas, nos bandejões e nos ônibus, pipocam raquetes de todos os lados. Um dos meus amigos, o Murilo Azevedo, repetia aquela ladainha de “esporte de elite”, mas hoje aperfeiçoa seu forehand toda terça no Cepe, com Bruno e Yuri, pegando a raquete emprestada dos colegas de apartamento.

Na última quinta, eu vi um rapaz passando a catraca do ônibus com a sua raquete. Ele sentou e abriu uma revista. Não, não era a Placar, nem a Espn, era uma publicação exclusivamente DE TÊNIS! Eu achava que era a única que lia essas coisas. Quis conversar com ele e pedir para ler, mas fiquei acanhada. Ah, e não venha com papo de que gente da USP joga tênis porque é rica. Acredite quando eu falo que, das melhores faculdades de São Paulo, a que tem maior variedade de classes sociais é a USP.

De qualquer forma, fico contente em ver que o público de tênis não é mais composto só daqueles (eu) que acompanharam religiosamente a carreira de Guga. Hoje, temos nesse esporte uma das maiores rivalidades do mundo, e seria uma pena se tivéssemos apenas algumas testemunhas.

Nível fraco em Barcelona

Ah, Barcelona! Pois é, eu estava esperando uma boa disputa nesse torneio, mas foi bem decepcionante. Vi Melzer x Verdasco, no qual o austríaco jogou uma partida que estava em suas mãos no lixo, as derrotas de Bellucci e do Tsonga, as semifinais e a decisão vencida pelo canhoto espanhol (o Fernando, claro). Foi bom para se redimir do pneu em Monte Carlo. Soderling ultrapassará Roddick no ranking, o que também é de bom tamanho.

Sobre o 6/4 e 6/0 de Ferrer em Bellucci, acho que a derrota é normal, mas o placar não é. Às vezes me parece que o Thomaz tem uma “baixo-estima muito alta”, como diria Paulo Bonfá. Quando as coisas dão erradas, ele entra numa apatia e não encontra uma forma de reagir. De qualquer forma, foi quartas de ATP 500, resultado inédito e ele entra no top 30 novamente.

Hoje também rolam as semis da Fed Cup (a Copa Davis das mulheres). A Itália venceu por 3-0 a República Tcheca e está na final, enquanto Melanie Oudin e Elena Dementieva decidem se EUA ou Rússia completam a decisão.

WINNER DA SEMANA: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Tenis/0,,MUL1576432-15090,00.html

DUPLA FALTA DA SEMANA: http://colunas.globoesporte.com/saqueevoleio/2010/04/22/que-bumbum-e-esse-2/

Sem mais.

Onde estão Roger e Rafa?

Nessa última semana, não pudemos acompanhar as raquetadas dos dois melhores tenistas do mundo (separados por um sérvio no ranking). Roger deu as caras em uma capa de revista (suspiros…). Devia estar em sua mansão iniciando a alfabetização das filhas gêmeas em, pelo menos, quatro idiomas. Estamos no aguardo de quando Mirka, esposa de Federer, levará as garotinhas para ver o papai fazer suas mágicas.

Já Rafael desistiu de Barcelona para não forçar os joelhos. Aprendendo com erros do passado ou sentindo dores novamente? Somente ele e o tio Tony sabem (talvez a Shakira também). Nessa semana, o espanhol lamentou a morte de Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do COI, que teria passado mal e falecido após assistir à vitória de Rafa em Monte Carlo (!!!).

Falando nos dois, é hora do “formas de detectar Nadaletes e Federetes”:

FEDERETE: “Nadal desistiu de Barcelona? Ih……… já está capegando de novo”.

NADALETE: “Desistiu de Barcelona? Ah, que bom! Está aprendendo a ignorar alguns torneios menores. Ele não precisa mais provar nada a ninguém”.

PS: muito obrigada aos meus colegas de Twitter e de vida, que vieram aqui deixar seu comentário e me lembrar de que eu estava sendo muito específica em alguns termos (não é, Lê e Yuri?). Pneu não é exatamente um chocolate, é um placar de 6-0 (o que não deixa de ser um chocolate…).

Próxima parada: Roma, com Roger em quadra!

Ready? Play… on clay.

Ah, não há melhor momento para iniciar um blog sobre tênis do que quando começa a temporada de saibro…

Primeiramente, porque é o piso onde vimos (vemos?) o maior número de vitórias brasileiras. Também porque é quando a temporada fica mais animadinha. Com Roland Garros e Wimbledon chegando, o Federer coincidentemente fica mais motivado e temos um adversário à altura (ignore os joelhos) em sua superfície favorita.

Antes de qualquer coisa, esse não é um blog Nadalete ou Federete. Pelo contrário, sempre torço pelos dois e me dói toda vez que um deles é eliminado por um mané tenista que acordou inspirado. Paremos com as divagações e falemos do que interessa: Monte Carlo.

O borracheiro de Mallorca

Rafa recupera a confiança, mas ainda entorta a boca

Esse título é uma brincadeira com o verdadeiro passeio que o Nadal deu nesse torneio, incluindo três pneus (contra  Baikker, Berrer e Verdasco). Ok, a chave dele não foi um mata-mata de Champions League, mas não é culpa do espanhol se Andy Murray e Novak Djokovic não honraram os postos que ocupam no ranking. Ele fez o que deveria fazer: atropelou dois quase anônimos e seus compatriotas Ferrero, Ferrer e Fernando.

Dando uma viajada aqui: Rafa encarou esse torneio como o Santos jogou o Paulista e a Copa do Brasil. Se o nível é fraco e os adversários parecem amadores perto de sua força, goleada, digo, pneu neles! A mesma dificuldade que os santistas têm nos clássicos Nadal também terá ao enfrentar seus maiores rivais novamente. O importante é que ele chegue à França confiante, forte, veloz, com seus tiques estranhos e SEM a bermuda xadrez (PLEASE!)

Cornetas no Bellucci

Calma, Thomaz!

Confesso que não vi a derrota para Kohlschreiber. Mas entrei no Twitter (BTW, siga aí: @sheilokavieira) e o ‘mundo’ estava caindo de reclamações e xingamentos ao moço de Tietê. Conversei com algumas pessoas (pessoas = Gustavo Loio, siga também: @blogtopspin) e elas me disseram que Bellucci caiu de produção no segundo set. O terceiro, como mostrou o placar, foi bastante disputado.

Gustavo concorda comigo que não há motivo para tanta “cornetagem”. Thomaz é um tenista brasileiro especial que conseguiu chegar longe numa época difícil para o tênis brasileiro. É um profissional muito bem-sucedido e, mesmo se não conseguir alcançar uma posição maior que 28º (sua maior marca), terá um lugar especial no nosso álbum de figurinhas.

Porém, é inevitável perceber que ele ainda não evoluiu muito em relação ao ano passado. A movimentação lateral precisa melhorar, Bellucci cansa em jogos de 3 sets, não sabe mudar o ritmo do ponto, perde a concentração e depende bastante de seu (belo) saque.

Jogar de igual para igual contra bons tenistas e ser seed em ATPs e Masters 1000 são grandes feitos, mas acredito que os objetivos do moço para 2010 não se resumem a isso. Que a temporada de saibro o ajude (ignoremos o começo com o pé esquerdo, combinado?)

WINNER DA SEMANA: não é para um tenista, mas para uma página de Internet!!! De uma tenista… @CaroWozniacki Sim, o Twitter da dinamarquesa está bombando. A número 2 do mundo cativa seus seguidores falando sobre seu almoço e dando até pitacos sobre futebol (homens delirando aqui). Depois de torcer o tornozelo ontem na semi de Charleston, informou aos fãs que estava na cama com gelinho no pé. Fofa! Oremos para que ela não comece a frequentar desfiles de moda (#sharapovafeelings).

DUPLA FALTA DA SEMANA: Andy Murray, claro. Acho que ele chegou a Monte Carlo e atrasaram a bagagem dele, o quarto do hotel era ruim, sei lá. Que falta de jogo, vontade, poder de reação, tudo! A derrota para Kohlschreiber (ainda soletrarei errado esse nome) mostra que o escocês tem um longo caminho a percorrer na terra batida. E ainda ficou tuitando a semana inteira como se nada tivesse acontecido… #se-mata

PS: sem comentário para Djokovic. Desisti de entendê-lo e apenas aprecio sua beleza.

Bom, para fechar esse post de estreia, uma série fixa, que pretendo alimentar todo domingo.

Eis “Formas de detectar Nadaletes e Federetes”:

– FEDERETE: “Monte Carlo não vale nada. O que importa são Grand Slams… e o Torneio da Basiléia, claro”.

– NADALETE: “Corneteiros de plantão, falem algo depois dessa semana! O rei vai recuperar sua coroa em RG”.

QUE VENHA BARCELONA!